15 de maio de 2012

Tropical Paradise

Um processo de desnudamento.

No início, despimos-nos de preconceitos. Aceitamos as novidades. Transpusemos o choque das novas ideias, que vinham de fora  de fora de nossa zona de conforto, de nosso processo criativo, de nosso círculo social, de nossa nacionalidade.
Abraçamos um novo caminho. Equilibramos-nos na tênue linha da provocação.
Despimos-nos da vergonha. Expusemos nossos sentimentos, nossos pensamentos  divergentes, feios, bonitos, felizes, tristes, surpreendentes, sinceros.

No fim do processo estávamos ali. Em pé, sem cenário, sem maquiagem, sem figurino, a roupa da rua. Sem script. O texto mudando a cada minuto na cabeça, surpresas, improvisações. Nunca me senti tão nua em cena.

Após esse processo de desnudamento não cabiam mais máscaras. Não cabia mais fingimento. Cada um foi tocado, talvez com intensidades diferentes, pelo recado daqueles amigos  pessoas que se conhecem há tão pouco tempo, mas que se entregam com tanta intensidade e confiança que podem, sim, chamar-se de amigos. Pudemos enxergar através uns dos outros.
Em menos de um ano já vivi uma vida ali.
Uma das várias que pretendo viver.

Naquele momento, roupas pareciam supérfluas.
Todos nus reuniram-se para um banquete maluco no Tropical Paradise  um local imaginário, utópico, idiossincrático, onde todos são felizes e ninguém nunca vai morrer.
Ao som de garfos e facas que cortavam frutas (o mais primário alimento), estouro de champanhe que foi brindada em copos plásticos (o mais primário modo de brindar), celebramos nossa vida na mais primária das vestimentas, nossos corpos.


Toda provocação gera uma reação oposta e de igual intensidade.

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