29 de março de 2013

o passado



E eu aqui pensando sobre o passado. Sobre O Passado.
O nosso. O livro.

Acabei de fechá-los.
O livro, há uma hora, ainda folheio novamente em busca dos trechos preferidos.
O nosso, há uma semana, ainda revisito em busca de ganchos que permitam uma continuação.

Se for assim, preciso esquecer, você me disse.
Não há cura senão esquecer, Rímini acreditava.

Rímini esqueceu. Esqueceu Sofía, esqueceu quem era, esqueceu-se de como trabalhar, esqueceu-se de como viver. Ao se esconder do seu próprio passado, não encontrou mais a si mesmo.
Sofía não esqueceu. Mas fez o oposto de lembrar: continuou vivendo no passado.
Ambos fracassam. Ambos enlouquecem.
E, se é no passado que depois se reencontram, eles sangram.

Se não há cura para o passado, como seguir em frente?

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